Sem Partido – Dr. Daniel assume a presidência da Alepa

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Deputado estadual de primeiro mandato assume função mesmo sem partido

Dr. Daniel fala de planos para a presidência da Alepa (Divulgação/ Ascom Alepa)

“Tudo que for de interesse da população paraense será feito pelo Parlamento Estadual”, enfatizou Daniel Barbosa Santos, 32 anos – o deputado estadual Dr. Daniel -, ao tomar posse da presidência da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), na última sexta-feira (1°). A 19ª Legislatura da Casa mantém uma situação inédita: Dr. Daniel não tem partido político – o que não o impede de seguir seu mandato até o fim. Eleito pela primeira vez ao cargo, o novo chefe do Poder Legislativo garante que sua gestão terá como prioridade a aproximação da Alepa com a sociedade.

“Precisamos criar mecanismos para fazer com que a comunicação [da Alepa] chegue a todas as regiões, investindo em redes sociais, por exemplo. Mais do que nos comunicarmos com a população, é importante ouvi-la”, frisou. Nascido em Açailândia, no Maranhão, Dr. Daniel mudou-se ao Pará com três anos de idade. Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA), o novo presidente iniciou a carreira política em 2012, como vereador de Ananindeua, e foi reeleito ao cargo em 2016. Ele também comandou a presidência da Câmara Municipal.

Mas, até agora, o que marca sua carreira na vida pública é a expressiva votação no pleito de 2018. O novo presidente foi eleito com 113.588 votos, que o garantiram a primeira posição na corrida à Alepa. A trajetória de Dr. Daniel também teve um imbróglio. Como punição por apoiar o governador do Estado Helder Barbalho no segundo turno das eleições de estaduais, o presidente da Executiva Estadual do PSDB, senador Flexa Ribeiro, referendou a expulsão do parlamentar da legenda tucana. O candidato amarelo era Márcio Miranda (DEM), justamente o antecessor de Dr. Daniel na presidência na Alepa.

Reconhecendo sua pouca experiência, o médico afirma que vai pedir ajuda aos seus pares quando necessário for. “Temos de ter humildade, sobretudo. Estamos iniciando um trabalho à frente do Parlamento, com a prioridade de cuidar de vida, de pessoas”, reforçou. O presidente garante, ainda, a interlocução de Helder junto à bancada do MDB para as eleições da presidência da Alepa.

Dr. Daniel desbancou três fortes postulantes à presidência: os emedebistas Iran Lima e Martinho Carmona – decano da Casa -, que manifestaram a vontade de ocupar o cargo, e o Chicão.
Em entrevista à imprensa, o presidente falou sobre suas perspectivas e desafios para os próximos dois anos, no biênio 2019-2020, período em que estará à frente da Alepa.
Já escolheu ou está dialogando com algum partido político?
Dr. Daniel: Esse é meu primeiro mandato, estou assumindo hoje (sexta-feira- 1°) a Casa. Essa é uma discussão para o futuro. Não tenho um partido definido e nenhuma preferência.
Em quanto tempo o senhor tomará esta decisão?
Não tenho essa ideia de tempo. Como eu disse: a prioridade agora é assumir a presidência e estar na Casa, organizá-la. A questão partidária vou deixar para o futuro.
Devido o senhor ter apoiado o governador Helder Barbalho nas eleições de 2018, há possibilidade de filiar-se ao MDB?
Não descarto a possibilidade. Pode ser MDB, pode ser outro. Vamos dialogar e ver as várias possibilidades. Eu sempre disse na minha campanha que temos de gostar de pessoas em primeiro lugar e não partidos que vêm em segundo plano.
Quais são seus projetos para a gestão do biênio 2019-2020 da Alepa?
Uma das coisas que temos de investir na Alepa é a parte de comunicação. Vamos fazer com que a Assembleia chegue aos municípios mais distantes do Pará. Tem deputado de Afuá, por exemplo. Temos de tentar criar meios de comunicação direto da Assembleia com essa população. Investir em mídias sociais, em redes sociais. O mais importante do que a população ouvir a Alepa é nos ouvirmos a população.
Pela primeira vez na Casa e ocupando o cargo de presidente, qual é a sua avaliação?
Me surpreendeu os deputados acharem que o nome novo, uma pessoa de primeiro mandato, poderia ser o melhor nome para agregar os deputados novos e os que já estavam na Alepa. Venho da presidência da Câmara de Ananindeua. Vou trabalhar todos os dias para honrar e fazer com que essa Casa seja mais transparente.
Como o senhor avalia sua votação expressiva para deputado estadual?
Ela é fruto de trabalho. Eu comecei minha carreira política em Ananindeua, em 2012. Na primeira vez que eu me candidatei fui o mais votado do município. Isso tudo é fruto de um processo, uma construção de vida com a população.
Como vai ser a parceria da Casa com o Governo do Estado?
Vamos ter uma convivência respeitosa. Tanto com o Executivo, quanto com o Judiciário paraense. O Governador Helder Barbalho pode ter a certeza de uma coisa: tudo que for para o bem da população, tudo que for somar, vamos fazer na Casa.
Qual foi o papel de Helder na eleição da Presidência da Alepa?
Ele foi um grande interlocutor junto à bancada do MDB. No partido, uns já manifestavam apoio a mim. A minha candidatura à Presidência foi construída às muitas mãos entre vários partidos.
Como o senhor pretende resolver a questão da inexperiência em relação à Assembleia Legislativa?
A melhor coisa quando a gente não sabe fazer algo é ter a humildade de perguntar. O que eu não souber irei estudar e ter humildade de perguntar, pedir um conselho para os deputados com mais tempo na Casa.
Quais questões administrativas da Alepa são prioridades para o senhor?
A prioridade é estudar setor por setor. Temos Centro de Atendimento ao Cidadão; inúmeros setores. Primeiro quero ver quais realmente funcionam, e ver o que podemos fazer para que eles sirvam melhor a população. O primeiro ponto é organizar a Casa. O que importa não são as paredes e, sim, as pessoas.
A indefinição partidária pode ajudar o senhor a construir uma relação mais forte com todos os deputados já que mantém a imparcialidade?
De certa forma facilita. Não vão me olhar como um partido. Mas se você for ver nas eleições do último ano, a maioria dos partidos nacionais se enfraqueceu. E esse é o grande recado: temos de nos interessar por pessoas primeiro.
É inédito o presidente da Alepa não ter partido. Qual sua avaliação?
Sim, é inédito não ter um partido definido. É inédito o presidente da Casa ter 32 anos. É inédito ele ser de primeiro mandato. Então, temos várias questões inéditas.
A articulação à Presidência da Alepa veio após a sua expulsão do PSDB?
Não. Já ventilavam o meu nome desde antes, pela expressiva votação. E o meu nome foi ganhando corpo. Quanto à expulsão, eu percebi nas últimas eleições que o melhor para o Estado do Pará era o projeto de Helder como governador. Hoje acredito nisso e defenderei até que ele me prove ao contrário. Quando ao PSDB ter me expulsado, eu tenho amigos lá, e pessoas que respeito. Eu entendo que eles achem que a diretriz que eu sigo é contrária a deles.

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