Incra deve retomar lotes em assentamentos
A proposta é expulsar dos assentamentos quem comprou lote e detém a posse do imóvel de forma irregular, independentemente do tempo que nela resida.(Foto:Divulgação)
Uma fonte autorizada junto ao Incra, em Brasília, preocupada com a gestão do general Jesus Corrêa, que segue a cartilha de esquerda, repassou, sob a condição de anonimato, uma informação que pode transformar os assentamentos da reforma agrária no Brasil e em Mato Grosso num verdadeiro campo de batalha.
Sem dinheiro para desapropriar ou fazer aquisição de novas áreas com destinação para a reforma agrária, o general Corrêa tirou da cachola um projeto mirabolante e altamente arriscado. Ele pretende desalojar dos assentamentos do Incra quem não tiver o chamado perfil de cliente da reforma agrária. Será um Deus nos acuda. O assentamento Antonio Conselheiro é um dos que será submetido ao pente fino da equipe técnica da autarquia federal.
“A proposta é expulsar dos assentamentos quem comprou lote e detém a posse do imóvel de forma irregular, independentemente do tempo que nela resida”, afirma a fonte, ressaltando que será uma verdadeira operação caça às bruxas. “É obvio que haverá resistência e judicialização. Ninguém vai devolver seu sítio ou cachara ao Incra antes e sair de mão abanando”.
Monitoramento social
Ativistas de movimentos sociais ligados a luta pela reforma agrária já teriam visitado diversos assentamentos em Mato Grosso. Há informação da presença desses indivíduos nas regiões de Lucas do Rio Verde, São José do Rio Claro, Nobres, Rosário Oeste, Nova Olímpia, Barra do Bugres e Tangará da Serra. “É possível que informações sobre o projeto de retomada de lotes por parte do Incra tenham sido repassadas com antecedência para as lideranças de uma organização chamada Ação Nacional Unificada (ANU)”, relata a fonte do site.
Em sua página na internet, desatualizada há bastante tempo, a tal da ANU diz congregar dezenas de outras entidades comprometidas com a reforma agrária e com pautas em defesa da agricultura familiar, do cooperativismo e do associativismo no campo e na cidade.
A entidade se posiciona contra os métodos do MST, de João Pedro Stédile e da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), que é liderada pelo bandoleiro José Rainha. A Anu defende parceria entre a agricultura familiar e o agronegócio. No espectro ideológico, se posiciona mais à direita.
Em texto postado na página da ANU, o historiador e militar do Exército, Carlos I.S Azambuja, falecido em 2018, destroça o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), um braço do MST e do PT, que defende a distribuição de terras como forma de correção de injustiças e de desigualdades sociais. Claro, defende o socialismo e o fim da propriedade privada.
Azambuja editava o blog Resistência Militar, o qual, segundo dizia, era “um espaço democrático, onde a voz da caserna tem peso e qualidade. Um espaço anticomunista e contrário a tudo que de ruim está sendo feito pelo PT e seus agrupamentos do mal”. Esse fato evidencia que a Ação Nacional Unificada (ANU) tem proximidade com a direita, logo pode estar com os pés dentro do governo Bolsonaro.
É fato que o MST, FNL, ligas camponesas e entidades cartoriais constituídas aos borbotões apenas para fazer ativismo político partidário ultrapassaram todos os limites aceitáveis. É hora de coloca-las em seu devido lugar.
Também é fato que o governo não pode combater a indústria da grilagem, das invasões de propriedades comandadas pelo MST e por seus esbirros premiando outro movimento com terras já ocupadas por assentados. Expropriar quem já está assentado para beneficiar outras familiares seria um despautério inominável.
É exatamente isso que pretende Jesus Correa. Quem comprou lote em assentamento ou recebeu a propriedade como herança e não tem o perfil exigido para ser cliente da reforma agrária corre o sério risco de ser expulso da área que ocupa.
Lideranças da ANU já teriam mapeado o assentamento Antonio Conselheiro, o complexo Pecuama e outros assentamentos em diversos municípios do estado. É hora de acender a luz amarela, e se precaver. A operação “Caça às Bruxas” pode ser deflagrada a qualquer momento pelo presidente do Incra, o general Jesus Corrêa.
Regularização fundiária
Quem ocupa um lote em assentamento da reforma agrária, seja porque comprou ou recebeu como herança, e lá trabalha, produz e cria sua família, não há razão nenhuma para expulsar esse indivíduo de sua propriedade. O mais sensato, justo e humano seria o governo promover a regularização fundiária da localidade, oferecer assistência técnica e tecnológica para ampliar a produção e abrir linha de crédito para esse produtor da agricultura familiar. O presidente Jair Bolsonaro certamente será alertado e jamais permitirá que um absurdo dessa natureza seja praticado pelo presidente do Incra. É o que esperamos.
Fonte:A Bronca Popular
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