Grávida ferida no acidente com ônibus em Alagoas fez parto de emergência para salvar o bebê

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Kailan nasceu após uma cesariana Alagoas, Serra da Barriga — Foto: Reprodução

Jacqueline Nunes estava grávida de oito meses: ‘Foi tudo muito rápido’, diz; o filho, Kailan, está fora de perigo. 18 pessoas morreram e 30 ficaram feridas no capotamento em uma ribanceira na Serra da Barriga.

‘Uma guerreira’. É assim que Jacqueline Nunes se define após sobreviver ao capotamento de um ônibus que deixou 18 mortos na Serra da Barriga, em Alagoas, e ser submetida a uma cirurgia de emergência para salvar o bebê, no oitavo mês de gestação. As causas do acidente, que aconteceu no domingo (24), ainda são investigadas.

“Eu fui uma guerreira, uma guerreira mesmo. De ter subido aquilo tudo e ter passado por tudo isso. O bebê estava com uma aceleração [batimentos cardíacos] muito forte e [equipa médica] optou pela cesariana. Foi tudo muito rápido, não foi nem meia hora”, disse.

O bebê, que ganhou o nome de Kailan, está fora de perigo. Jacqueline tem outros dois filhos, que não estavam no ônibus. “Eu só tenho a agradecer por tudo. Um capoeirista que me socorreu e me ajudou a subir a serra e me resgatou. Ele foi um anjo da guarda na minha vida”, disse.

Agora, mãe e filho continuam em observação no Hospital Regional da Mata, em União dos Palmares e aguardam receber alta médica para comemorar a vida com a família.

Até esta segunda-feira (25), 16 mortos tinham sido identificados (clique aqui e veja quem são). As vítimas tinham idades entre 5 e 84 anos. O Instituto Médico Legal (IML) informou que aguarda a identificação de outras duas vítimas, um idoso e uma mulher.

Das 48 pessoas que estavam no ônibus, 30 sobreviveram e foram encaminhadas para o Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o desespero dos sobreviventes, entre eles crianças ensanguentadas.

De acordo com familiares das vítimas e sobreviventes, o grupo estava a caminho do Parque Memorial Quilombo dos Palmares para participar da programação em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Uma das atividades era apreciar o pôr do sol do alto da Serra.

Enquanto o ônibus despencava, muitas vítimas foram lançadas para fora do veículo, que ficou de cabeça para baixo, retorcido.

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Motorista relatou à esposa problemas no freio

A viúva do motorista do ônibus disse que o marido dela relatou, no dia do acidente, no domingo (24), que o veículo tinha problemas no freio. Luciano de Queiroz Araújo, de 47 anos, é uma das 18 vítimas que morreram. A Polícia Civil investiga o caso.

“Ele disse que o ônibus estava com problema na borracha, que causava [defeito] no freio. Eu acho que foi o que aconteceu na Serra da Barriga porque quando ele falou isso, ele já sabia que aquele ônibus estava com algum problema”, contou.

A declaração foi dada em entrevista ao jornalista Rogério Costa, da Gazetanews e cedida ao g1 AL. Ainda não há informações oficiais do que causou o acidente. O delegado Guilherme Iusten, que investiga o caso, diz que o veículo passou por uma vistoria em outubro.

“O que foi apurado até o momento é que o ônibus estava em condições de uso. Era um ônibus relativamente novo, foi feita uma inspeção veicular, que é obrigatória para ônibus escolares que ocorre de seis em seis meses, foi realizada no dia 13 de outubro. Os pneus estavam em condições boas. Enfim, o ônibus estava em condições, realmente, de uso”, explicou o delegado.

A Polícia Civil vai ouvir nas próximas semanas testemunhas, sobreviventes e o proprietário do ônibus escolar, que era terceirizado e foi cedido pela prefeitura.

Fonte: Por Gilmara Roberto, g1 Goiás e Publicado Por: https://www.adeciopiran.com.br em 26/11/2024/16:33:38
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