Cenário da seca no município de Terra Santa — Foto: Divulgação
Fenômenos El Niño e La Niña, que estão relacionados à temperatura da superfície do Oceano Pacífico, têm forte influência nas mudanças climáticas.
A estiagem prolongada no Baixo Amazonas, uma das regiões mais afetadas pela seca no Brasil, tem levantado preocupações sobre as causas e os possíveis desdobramentos dessa situação. Roseilson do Vale, doutor em clima e ambiente, explica que a diminuição das chuvas é um dos principais fatores por trás desse fenômeno. A escassez de precipitações na região é consequência direta das mudanças climáticas globais, que vêm alterando padrões de temperatura e circulação atmosférica.
Segundo o especialista, a falta de chuvas nas cabeceiras dos rios resulta em secas intensas, enquanto o aumento da temperatura média global está contribuindo para essas alterações climáticas.
“A temperatura média do planeta tem aumentado, e isso afeta diretamente o padrão de circulação atmosférica e oceânica, o que, por sua vez, interfere na distribuição das chuvas”, ressalta Roseilson do Vale.
Além disso, a temperatura local também tem desempenhado um papel importante no desconforto sentido pela população durante os períodos de seca. “Temos menos nuvens durante a estiagem, o que faz com que a radiação solar atinja diretamente o solo, aumentando a sensação térmica e o desconforto”.
Impacto dos fenômenos El Niño e La Niña
Outro fator relevante na estiagem é a influência dos fenômenos El Niño e La Niña, que estão relacionados à temperatura da superfície do Oceano Pacífico. Roseilson do Vale explica que durante o El Niño, a temperatura do oceano fica acima da média, o que provoca menos chuvas na região amazônica, intensificando os períodos de seca. Por outro lado, o fenômeno La Niña, caracterizado pela diminuição das temperaturas no Pacífico, provoca o efeito inverso, trazendo mais chuvas.
Contudo, o especialista alerta que a estiagem na região também pode ser influenciada por outros fatores. “A seca de 2005, por exemplo, foi causada pela temperatura do Oceano Atlântico, e não pelo Pacífico”, relembra.
Perspectivas para a normalização do clima
Quando questionado sobre a possibilidade de normalização das condições climáticas, Roseilson do Vale foi cauteloso. Para ele, o conceito de “normal” deve ser repensado sobre mudanças climáticas.
“Estamos vivendo um ‘novo normal’. As pessoas terão que se acostumar com secas extremas, cheias intensas e o aumento das temperaturas. Voltar ao que era antes é muito improvável”, afirma.
Ele ressalta que, para haver uma recuperação significativa, seria necessário replantar o dobro das árvores que foram destruídas ao longo dos últimos séculos, além de conscientizar a população sobre a preservação ambiental. “Cuidar das nascentes, das florestas e do meio ambiente é essencial para mitigar esses impactos no futuro”.
Fonte: Gleilson Nascimento, g1 Santarém e Região — PA e Publicado Por: https://www.adeciopiran.com.br em 04/10/2024/16:08:38
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