Aos 14 anos, paraense se prepara para Mundial de Karatê no Japão e faz campanha para cobrir custos

(Foto: Reprodução – Karateca é a faixa preta mais jovem do país, sendo graduada aos nove anos

Manuela Oliveira tem apenas 14 anos, mas uma carreira que pode se equiparar com a de um atleta adulto. A karateca paraense treina e compete karatê desde criança e possui inúmeras medalhas na sua coleção pessoal. Em outubro, a jovem vai para mais um desafio importante na sua trajetória, o Campeonato Mundial de Karatê da JKA (Associação Japonesa de Karatê), no Japão.

A competição, que ocorre nos dias 24, 25 e 26 de outubro, na cidade de Takasaki, é a mais importante da carreira da jovem até o momento. Por isso, Manuela está ansiosa e com as expectativas altas para a disputa, que terá atletas do mundo todo.

“O mundial de karatê no Japão é o sonho de todo atleta de karatê e é o meu há 8 anos. Eu sei que será um divisor de águas na minha jornada como atleta. Estou com uma expectativa grande, ansiosa para chegar lá, mas principalmente para competir no tatame de madeira que vejo pela televisão”, declarou a karateca.

Como boa parte dos atletas no Pará, Manuela também esbarra na falta de patrocínio. Desde que começou a competir, a família se desdobra para conseguir apoio e custear as viagens e materiais para as competições.

Desta vez, para o mundial, não está sendo diferente. A família abriu uma vaquinha online para arrecadar dinheiro para comprar quimonos e cobrir outros custos da na competição.

“Conseguir apoio. Acredito que é para qualquer atleta o maior dos desafios, porque não depende do nosso esforço e sim da sensibilidade das pessoas em acreditar nos nossos sonhos e no nosso trabalho diário. Hoje, se não fosse o apoio da minha família e de algumas pessoas que sempre compram minhas rifas, ajudam nas vaquinhas e no clube COPM, eu não conseguiria manter meus treinos porque o custo é altíssimo”, afirmou Manuela.

A karateca destacou que o apoio e o reconhecimento são fundamentais para os atletas de alto rendimento e para aqueles que estão no início de suas carreiras. A paraense ainda revelou que até hoje tem que lidar com preconceitos por ser mulher.

“É preciso mais apoio, mais reconhecimento. O atleta não é só durante os dias de competição, o atleta precisa de apoio constante para trazer resultados sempre para nosso Estado e país. Eu enfrento muitos obstáculos por ser mulher em um esporte que tem mais meninos que meninas. Atualmente, sou a única mulher na equipe de treino de kumite, eu treino com homens bem maiores que eu, mas não desisto porque esse é meu sonho”, destacou.

Preparação e trajetória

A paraense completa 15 anos no início de outubro, mas, mesmo com 14 anos, conquistou o título do Campeonato Brasileiro da JKA em uma categoria superior, em maio deste ano. Com isso, ela garantiu participação no mundial.

Para chegar bem na disputa, Manuela tem uma rotina intensa de treinos, com duas sessões por dia, enquanto concilia tudo com os estudos e lazer. Segundo a mãe da atleta, Lorena Oliveira, que é uma das maiores incentivadoras, a filha tem focado em cada detalhe com o auxílio dos técnicos e preparador físico para chegar bem no mundial.

“As expectativas são as melhores possíveis, ela tem experiência apesar da pouca idade, mas são 12 anos de karatê e, graças a Deus, com muitos títulos estaduais, nacionais e internacionais”, destacou Lorena.

Faixa preta aos 9 anos

O talento de Manuela não é comum. A paraense chegou à faixa preta aos nove anos. Na época, ainda tão pequena, o Mestre Machida, um dos principais responsáveis por difundir o esporte no Pará, viu que as habilidades da atleta eram acima da média. Assim, a karateca se tornou a faixa preta mais jovem no país, segundo ela.

“Peguei minha faixa preta aos 9 anos e fiquei extremamente feliz com esse reconhecimento, principalmente do Mestre Machida, pois ele sem dúvidas é meu exemplo e minha referência de karatê, assim como meus senseis”, contou.

Apesar de ter conseguido a faixa tão nova, a paraense disse não se sentir pressionada. No entanto, apontou que assume a responsabilidade de seguir os ensinamentos repassados pelos mestres.

“Eu não sinto peso quanto a isso, eu sinto uma responsabilidade grande de me manter fiel aos ensinamentos que meu Mestre e meus senseis me repassam todos os dias. É como eles dizem, depois que cheguei à faixa preta, voltei a ser branca, então preciso aprender ainda mais e ter muita humildade para poder ser um exemplo bom para todos que me têm como inspiração, assim como eles são para mim”, ressaltou.

Após campeonatos nacionais, sul-americanos, agora chegou a vez do mundial. Daqui a quase dois meses, Manuela vai realizar outro sonho no karatê e sente o prazer que é viver com aquilo que traz satisfação.

“Costumo dizer sempre que o karatê é minha vida, eu vivo isso há 12 anos e hoje vou fazer 15 anos, então eu não lembro do tempo que vivi sem o karatê. Sei que ele me molda com meus pais, o meu caráter, valores e princípios e a me torna uma pessoa melhor. Então, é como se fosse parte de mim, não existe Manuela sem karatê e independente de competir ou não, o karatê é minha filosofia de vida para sempre”, finalizou a karateca.

As doações podem ser feitas por meio da seguinte chave pix: (93) 99984113429 (Manuela Vianna de Oliveira – Banco Inter).

Fonte: Aila Beatriz Inete e Publicado Por: em 30/08/2024/16:35:10

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