Álvaro Pereira Jr no Fantástico do último domingo (25): aeronave usada em reportagem estava em situação de risco (Reprodução/Globo)
A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) interditou a aeronave Cessna, com prefixo PR-WMW, de voar no Brasil. Tal aeronave foi usada pelo Fantástico para uma reportagem exibida no último dia 25 de agosto, para denunciar as queimadas irregulares na Floresta Amazônica. No entanto, o Cessna não poderia transportar passageiros. A Globo afirmou que não tinha conhecimento da irregularidade da aeronave.
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Sua interdição já aparece no site da Agência e no aplicativo VOE SEGURO, criado pela ANAC para esclarecer a situação de aeronaves pelo Brasil. O Cessna PR-WMW está registrado na ANAC pela empresa Ferro e Aço Poconé LTDA. A reportagem tentou contato com a empresa. Mas não conseguiu resposta até o fechamento.
A atitude da ANAC ocorre após reportagem exclusiva de grande repercussão do Observatório da Televisão na semana passada. Na reportagem, o jornalista Álvaro Pereira Júnior usou o monomotor para voar entre Itaituba e Novo Progresso, ambas as cidades localizadas no estado do Pará.
A intenção era mostrar os trechos mais desmatados da Amazônia, que ficam entre essas duas cidades. A reportagem resumiu a polêmica e foi a mais longa da edição daquele fim de semana da revista eletrônica. Teve duração de 20 minutos.
Mesmo que, eventualmente, não tenha tido conhecimento da irregularidade, a equipe do Fantástico esteve em risco. Em maio, por exemplo, o cantor Gabriel Diniz faleceu após a aeronave onde estava ter caído em Sergipe. O avião que o transportava até Maceió não tinha autorização para transportar passageiros e fazer o chamado taxi-aéreo.
Já em fevereiro deste ano, o jornalista Ricardo Boechat também faleceu após o helicóptero que o levada de Campinas (SP) até a sede da Band cair no Rodoanel, em São Paulo. O mesmo helicóptero também não tinha autorização para fazer o serviço que fazia.
Globo disse que não sabia de irregularidade em avião usado em reportagem do Fantástico
Em nota, a Globo confirmou que não sabia da irregularidade. “O ‘Fantástico’ contratou os serviços da empresa Jotan Táxi Aéreo Ltda., que emitiu a respectiva nota fiscal. Se a empresa deixou de cumprir alguma exigência da regulamentação própria das suas atividades, o ‘Fantástico’ desconhecia tal fato”, disse a Globo.
Por Gabriel Vaquer – 02/09/2019
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